Dilma enfrenta primeiro impasse


Mal assumiu o poder, a nova presidente da República, Dilma Rousseff (PT), empossada em 1º de janeiro, já tem que lidar com o primeiro impasse político de seu governo. Insatisfeitos com o rumo das negociações da distribuição de cargos para o segundo escalão, alguns dos principais líderes do PMDB passaram a pressionar por um aumento do salário mínimo maior que o previsto pela equipe econômica, o que desestabilizaria as contas do governo. Juntos, os dois partidos, PT e PMDB, formam a base de apoio da qual Dilma depende para conseguir a aprovação de medidas no Congresso e estabilidade para governar.

A intenção do governo é aumentar o mínimo atual de R$ 510 para R$ 540. O valor foi calculado com base na reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, e pela variação do Produto Interno Bruto nos dois anos anteriores. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alerta que, se houver um aumento superior ao previsto, o orçamento ficará desequilibrado. A preocupação está relacionada ao fato de qualquer reajuste afetar não apenas os salários do funcionalismo público, mas também a previdência.

Os líderes do PMDB, que já vinham manifestando insatisfação com a distribuição dos cargos, afirmam que ainda podem ser “convencidos pela equipe econômica”, mas não descartam forçar um aumento maior que o previsto. Dilma poderia vetar tal medida, mas ficaria como a responsável por não permitir um salário mínimo maior, o que sempre acarreta num custo político. O assim chamado segundo escalão inclui o comando de empresas estatais com orçamentos graúdos, como o Banco do Brasil e a Infraero, entre outras.

Extradição
Além de administrar a primeira disputa interna, Dilma também precisa lidar, no começo de seu governo, com a pressão internacional pela extradição de Cesare Battisti, condenado a prisão perpétua por quatro assassinatos e considerado terrorista na Itália. No final de seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a extradição do militante de esquerda, que foi acusado e julgado à revelia em seu país na década de 1970. Ele nega os crimes.

Com o veto de Lula à extradição, os advogados de Battisti passaram a pedir sua soltura imediata. O governo italiano tenta recorrer ao Supremo Tribunal Federal e ameaça acionar a Corte Internacional de Justiça de Haia, na Holanda. Na Itália, a possibilidade de Battisti ser solto motivou protestos em Roma, Milão e Palermo, todos com participação de partidos consevadores.

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