Ajuste de contas


2014 foi um ano bastante agitado para o Brasil. Sediamos a Copa do Mundo de futebol e tivemos a eleição presidencial mais disputada desde a redemocratização do país, porém demos os primeiros passos rumo à desestabilidade econômica com a possibilidade da volta da inflação.
Algumas medidas já estão sendo tomadas para evitar um mal maior. É impensável ver o Brasil novamente mergulhado em recessão. Justamente por isso toda iniciativa no sentido de conter a alta dos preços é bem-vinda, mesmo as impopulares.
Chegou o momento de se pensar o país para as próximas gerações, não apenas visando as eleições. A disputa por poder deve dar lugar à união de esforços em busca do desenvolvimento e do crescimento. Precisamos punir com rigor todos os envolvidos em escândalos de corrupção.
É quase consenso que algumas reformas precisam ser encaradas e executadas. Além das questões eleitorais e políticas, como o formato das disputas, é hora de tratar com seriedade a alardeada reforma tributária e trabalhar para diminuir o peso dos impostos sobre o povo.
Um país sério administra com zelo o dinheiro público, eliminando gastos excessivos e ajustando as contas. Evita o desperdício, fortalece o poder de compra das pessoas e cumpre com rigor as metas estabelecidas. É nesse sentido que devemos caminhar.
As previsões menos otimistas afirmam que 2015 será um ano difícil do ponto de vista econômico. Alguns economistas consideram até uma explosão na inflação, alcançando o patamar de dois dígitos, nunca mais visto desde 2002. Logo, toda atenção será pouca.
A recomendação que faço a você, cidadão brasileiro, é evitar gastos desnecessários e fugir das dívidas feitas no fim do ano. Se for possível, pague as contas com o 13º e elimine aquilo que te amarra. Caso ainda sobre algum dinheiro, poupe. Mas poupe mesmo.
A iniciativa do governo de trocar a equipe econômica – ministros da Fazenda e Planejamento – é um importante sinal de que o assunto será tratado com a seriedade que ele merece. Logo, precisamos acreditar que as coisas não irão degringolar nos meses vindouros.
Mas não podemos dar bobeira. Manter a calma nas horas de tensão é mais importante que agir de impulso. Espero que seu fim de ano seja abençoado.
Marcos Pereira – advogado, presidente nacional do PRB

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