Flagrante de crime ambiental embarga empresa em Lauro de Freitas

A empresa Litoral Limpeza Industrial, que funcionava no bairro do Caji, em Lauro de Freitas, foi embargada por crime ambiental na tarde desta sexta-feira (21). Equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SMARH) flagrou a descarga de um dos carros-pipa no rio Ipitanga, que corta todo o município e deságua no Joanes. Os descartes dos efluentes “in natura” eram realizado diariamente, por pelo menos quatro caminhões com capacidades de 8 mil litros cada, até cinco vezes ao dia. Os veículos foram lacrados pela Polícia Militar e um inquérito foi aberto pela 23ª Delegacia.  

O esquema era investigado pelo secretário de Meio Ambiente, Vidigal Cafezeiro, há pelomenos 18 meses, mas ainda não havia sido flagrado. “Empresas com apenas dois caminhões apresentavam muito mais recibos de descartes na Embasa do que a Litoral com quatro carros-pipa”. Em 2009, a empresa foi autuada pelo mesmo crime e multada em 50 mil reais, revertidos em contrapartidas ambientais. O processo ainda tramita na justiça. O proprietário, Cláudio Cruz, alegou não ter conhecimento do sistema de descarte ilegal. “Eu estava em casa. Tem um encarregado que é responsável pela empresa. Ele que tem de responder. Eu almoço aqui todo dia, mas não sabia de nada. Isso é um absurdo”.

 A empresa funciona, segundo Cruz, há 18 anos no município. Nos últimos seis, ele mudou a sede para a margem do rio Ipitanga. Os dejetos eram levados para o rio por dois pontos dentro da área da empresa. Em um deles, a mangueira do caminhão passava pelo encanamento pluvial diretamente para o rio. No outro, os efluentes eram despejados numa canaleta e fluíam por uma abertura no muro até as águas do Ipitanga. Cada despejo representava economia de 40 reais, taxa cobrada pela Embasa para receber e tratar os dejetos.

Como o rio Ipitanga é afluente do Joanes, a descarga que pode chegar a 160 mil litros por dia atingia até a localidade de Buraquinho. Surto de mortandade de peixes e crustáceos são registrados com frenquência na localidade. No dia 13 de dezembro, o Instituto de Meio Ambiente (IMA) registrou 45 mil unidades de coliformes fecais por 100 ml de água no Joanes, tornando a praia da sua foz imprópria para banho. Os lançamentos dos limpa-fossas, além de impactar o meio ambiente, representam perigo para a população que vive próximo aos maiores rios de Lauro de Freitas, pescadores e marisqueiras.  
  
        A lei prevê para este crime ambiental detenção de até cinco anos, sem direito a fiança.

 Fonte: DECOM

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