Não se combaterá ideologia com ideologia na Venezuela


O mundo acompanha apreensivo o desenrolar da crise na Venezuela. Uma eventual escalada nas tensões pode alcançar contornos de guerra. Fatalmente o Brasil estará envolvido por razões fronteiriças, econômicas e políticas, e será preciso maturidade para lidar com a situação.
O derretimento da economia venezuelana nos últimos anos mergulhou o país vizinho numa crise sem precedentes. A criticada condução política do presidente Nicolás Maduro, que na verdade acabou por se tornar um líder autoritário, impediu qualquer possibilidade de recuperação.
As cenas de venezuelanos fugindo para outros países, em especial ao Brasil, chocam qualquer pessoa com o mínimo de altruísmo. Estive em Roraima algumas vezes e testemunhei a situação humilhante daquele povo, dormindo em barracas nas ruas e pedindo esmolas nos semáforos. Alguns, com sorte, até conseguem um sub-emprego.
É consenso na comunidade internacional, sobretudo entre países livres, de que Maduro, herdeiro de Hugo Chávez, não tem a menor condição de seguir liderando a Venezuela. Tanto é que ao menos 50 países já reconheceram o jovem parlamentar Juan Guaidó como presidente, inclusive o Brasil.
Diante deste cenário de terra arrasada, é fundamental que negociadores internacionais ajam para convencer Maduro a se retirar e que a ordem democrática possa ser restabelecida no país vizinho. Não é do nosso interesse um conflito armado.
Que o Brasil possa ser um ator importante neste processo sem levar em consideração posições ou ideários políticos, mas tendo tão somente no horizonte a resolução do problema. Combater ideologia com ideologia não nos parece uma saída eficaz.
Que a Organização das Nações Unidas (ONU) possa se manifestar a contento, muito além de frios comunicados pedindo por paz.
Que Deus olhe pela Venezuela.

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